sexta-feira, 28 de novembro de 2008

2 - "-Eu sou o Líder!"

Após conversarmos com alguns dos refugiados descobrimos que um Alto-Sacerdote de Torm de nome Jasão poderia nos informar melhor sobre as pessoas que procurávamos e também nos mostrou onde ele estava morando, era uma barraca simples que pelo lado de fora aparentava ser espaçosa. Como não existia nada que impedisse a entrada na barraca fomos entrando, dentro vimos algumas redes que pareciam ser desconfortáveis e uma cama que também não aparentava ser melhor que as redes, vimos também um homem de armadura que descansava em uma rede de costas para a entrada, um pequeno altar no canto da barraca com alguns símbolos (Provavelmente símbolos de Torm, mas não entendo nada de religião) tinha incenso queimando no altar, ao centro da barraca uma pequena fogueira com uma panela no fogo. E um senhor já de mais idade que nos viu e se aproximava já falando:

"-Pois não em que posso ajudá-los?"

Philadox que estava ao meu lado respondeu antes que eu pudesse abrir a boca, diga-se de passagem, uma coisa muito rara de acontecer:

"-Estamos procurando por uma pessoa de nome Gallagan! Falaram que poderíamos encontrar ele por aqui."

O senhor olhou-nos e perguntou:

"-Quem são vocês?"

Após nos apresentar-mos o homem de armadura levantou-se da rede e começou a se aproximar o senhor se apresentou como sendo
Jasão
alto-sacerdote de Torm ele fez um sinal com a cabeça apontando para o homem que se aproximou. Agora que víamos ele mais próximo percebemos, que este homem não é uma pessoa qualquer, é alguém escolhido pelos deuses e agraciado com benção que muitos jamais sonhariam receber, mas também alguém que deve carregar duras obrigações. Este homem se apresentou como Gallagan.

Eu achei ele estranhamente familiar mesmo nunca tendo o visto antes, provavelmente por causa de todas as histórias gloriosas que já ouvi sobre ele, este homem realmente demonstra ter uma aura de liderança que poderia fazer os combatentes mais medrosos enfrentar inimigos que nunca enfrentariam sozinhos. Mesmo com estas sensações precisávamos saber se estávamos falando com a pessoa certa, então pedimos uma prova que ele é o paladino dos rumores. Aquele que cavalga um Leão Atroz. Ele sem pensar (literalmente) duas vezes começou uma prece rápida e vimos um Leão enorme surgindo no meio da barraca, o animal exibia um porte digno do respeito do mais feroz caçador, aquele leão sim seria o verdadeiro rei da floresta. Acredito que Gallagan não calculou direito as dimensões da barraca, pois o leão ao surgir derrubou a barraca inteira. Graças ao fogo que estava aceso no meio da barraca, a lona começou a pegar fogo e tivemos que sair rapidamente dali por causa da fumaça, em menos de 2 minutos a lona inteira havia virado cinzas.

Depois de passado o susto do fogo e do animal, voltamos a falar com Gallagan agora que havíamos confirmado quem era ele. E perguntamos se ele era o líder daquele grupo, pergunta que ele respondeu prontamente que sim. Percebi um olhar estranho de Jasão, mas provavelmente era apenas mau humor por conta de sua barraca ter sido queimada. Quisemos saber sobre os outros integrantes e Gallagan não soube nos dizer onde estavam. Depois disso pedimos para acompanhar Gallagan e seus subordinados, apesar de achar estranho ele não saber onde eles estavam ele nos aceitou o que nos animou, pois a parte mais difícil já tinha passado que era ser aceito no "bando".

Como eu e Philadox estávamos já cansado de viajar decidimos que iríamos sair à procura dos outros em três dias, o que também foi aprovado por Gallagan que iria nos dar a honra de sua companhia. Após uma noite de sono, enquanto Philadox providenciava comida, água e todo o resto necessário para nossa viagem eu apenas sai a procura de alguém para conversar e quem sabe de boa histórias. Avistei três guerreiros que pareciam mais musculosos que qualquer outro naquela vila, um em especial chamava mais atenção por causa de um grande machado brilhante que vim a saber depois pelo meu bom amigo Philadox que era feito de Adamante, o melhor metal para se fazer armas. Puxei conversa com eles para saber sobre sua história e onde haviam conseguido arma tão bela quanto aquele machado o que prontamente o homem do machado mesmo respondeu com orgulho estampado no rosto:

-Foi meu mestre Raizen quem me presenteou com este machado! E treino todos os dias para honrar a confiança que ele depositou em mim e em meus companheiros."

Eu perguntei quem seria o mestre deles e quase em uníssono eles responderam:

"-O maior lutador que já existiu ou existirá neste reino. Durante a guerra contra os demônios nós três vimos quando ele sozinho em menos de 6 segundos matou 17 demônios! E pouco depois em um golpe só cortou um demônio maior que ele ao meio!"

Eu iria continuar perguntando sobre Raizen, mas outra coisa me chamou a atenção. Um homem, um elfo e um cavalo chegaram ao acampamento voando! Sim isso mesmo, eles chegaram voando apesar de um pouco surpreso pela cena olhei para Gallagan que se aproximara como que pedindo explicação. E ele apenas falou que eles eram nossos companheiros, sem demora me adiantei e fui logo me apresentando junto de Philadox que também havia se aproximado para ver quem eram os recém-chegados.

"-Olá companheiros. Eu sou Aust Näilo e este ao meu lado é Philadox Hammerfall. Estou muito feliz de finalmente conhecê-los e me alegro em avisá-los que o líder do grupo aceitou-nos como companheiros de viagem."

Após minha apresentação fiz uma leve reverencia com o corpo ao que fui seguido por Philadox, os dois nos olharam como que confusos e o humano começou a falar:

"-Eu sou Reyes e este é Gregor. Prazer em conhecê-los, mas poderiam me dizer quem é este líder de que você falou?"

Eu olhei para Philadox e ele parecia tão confuso quanto eu estava com a resposta de Reyes. Gregor parecia igualmente confuso, mas não sabíamos se com a pergunta de Reyes ou nossa apresentação, quando iria voltar a responder eis que vejo Gallagan dar um passo a nossa frente e falar:

"-Eu sou o líder!"

Gregor e Reyes olharam um para a cara do outro e caíram na gargalhada, Gallagan de repente parecia constrangido e eu mais confuso ainda do que antes. Após alguns minutos de risos Reyes nos fala ainda entre as risadas:

"-Nosso grupo não tem líder, somos todos companheiros. Todas as decisões são tomadas em conjunto, mas novos companheiros são sempre bem vindos ainda mais por que acabamos de perder dois companheiros."

Eu ainda meio confuso agradeci por ter sido bem recebido enquanto Reyes pedia licença, pois precisava ir falar com seu líder espiritual (Jasão). Fiquei conversando com Gregor, ele é um elfo da lua como eu e é alguém agradável de conversar apesar de parecer alguém que nasceu mesmo para viver na floresta caçando com o arco que descansava em suas costas. Ao questionar se Gallagan dava muitas gafes (Primeiro a barraca depois a afirmação de que é líder sem ser), Gregor nos falou sobre uma luta que teve com um anão, isso rapidamente chamou a atenção de Philadox que sempre se interessa sobre o que acontece com outros anões.

Ele nos contou que este anão era alguém muito forte e foi um oponente formidável, após um combate em que ele quase matou um dos companheiros de Gregor com apenas um golpe, o anão desistiu da luta e neste momento Gallagan começou a falar que deveriam matar o anão. O que Leon (outro companheiro deles que ainda não tive o prazer de conhecer) prontamente fez, quando ouviu isso Philadox já estava com sua arma em punhos prestes a atacar e começo a gritar com Gallagan:

      
 

"-Por que você mandou matar o anão? Ele já havia se rendido!"

      
 

Gallagan virou para ele e falou como se fosse a coisa mais comum do mundo:

      
 

"-Ahh... Eu estava dominado pelo mal!"

      
 

Gallagan mandou matá-lo não por medo, mas sim por acreditar que era seu dever dar um descanso a alma daquele anão que estava sendo usado pelas forças do mal. Philadox deu um passo à frente com seu enorme malho levantado acima da cabeça...

      
 

"-COMO UM PALADINO PODE SER DOMINADO PELO MAL?!"

      
 

Então ele hesitou por um segundo pensando no que iria fazer... Guardou sua arma e deu as costas para o paladino sussurrando apenas:

      
 

"-Não vale a pena..."

      
 

Neste momento todo respeito que Philadox e eu tínhamos por Gallagan já havia sido transformado em migalhas e finamente entendemos o porquê das risadas de Reyes e Gregor...

      
 

Ouvimos então a voz de Reyes que se aproximava de nós:

      
 

"-Jasão nos confiou uma nova missão, vamos caçar aquela bruxa que matou seu irmão Gregor!"

Os olhos de Gregor flamejaram como se algo tivesse se ascendido, era como se fosse um caçador pensando em como iria atrás de sua presa mais desejada. Reyes continuou falando:

"-Infelizmente Raizen esta andando por um caminho perigoso, parece que ele mudou de lado e agora está andando com um Diabo muito antigo! E Leon não está em melhores situações, ele esta seguindo para a região próxima do templo de Bane."

Ao ouvi isto sentir meu sangue gelar, até mesmo os mais leigos sobre religião sabem que andar próximo ao templo de Bane não é uma boa idéia, ele é um deus maligno que é temido e conhecido por todos. Reyes nos falou que iríamos partir no outro dia pela manha atrás da tal bruxa, então deveríamos todos descansar.

No outro dia pela manha nos preparamos para viajar para a Terra dos Vales, minha terra natal, mas não iríamos para minha cidade. Iríamos para o Vale da Sombra, quando eu e Philadox já estávamos preparados para a caminhada que seria longa, Reyes nos chamou para junto dele, Gallagan e Gregor. Confusos nos aproximamos... Reyes começou a entoar preces ao seu deus e então comecei a sentir meu corpo mais leve, era como se eu pudesse caminhar no ar. Eu vi Reyes e os outros subindo aos céus e finalmente entendi... Reyes havia nos dado a habilidade de voar, percebi que nossa viagem não seria tão longa nem tão dura quanto imaginávamos... Pensei:

"Realmente eles são poderosos, acredito que um dia conseguirei compor minha música....."

E parti atrás deles "caminhando" pelos céus rumo à primeira de muitas aventuras que espero testemunhar com eles....

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

1 - Inicio da Jornada

Caros Leitores e curiosos, sejam bem vindos à este humilde manuscrito onde estarei relatando as aventuras partilhadas com meus companheiros de estrada. Realmente um grupo valoroso que ainda não tive o prazer de conhecer a todos os integrantes e mal posso esperar para conhecer a história de cada um deles.

    
 

Porem antes de relatar qualquer outra história devo lhes falar sobre este humilde servo que apenas deseja contar e cantar histórias de verdadeiros heróis...

Sou um Elfo da Lua nascido na Terra dos Vales, vivi durante meus primeiros 110 anos entre humanos e elfos. Como todo garoto esperto vivia aprontando, vivia pegando pequenos objetos "emprestado" para nunca mais devolver. Quando meus parentes decidiram ir para o Encontro Eterno eu decidi que ainda não está na hora de eu ir com eles. Sempre quis conhecer o mundo e aproveitei para fazer isto.

Andei algum tempo por ai e acabei indo parar em Cormyr, lá conheci meu primeiro grande amor. Uma cantora e dançarina que fazia com que eu também quisesse dançar e cantar com ela, a suavidade de seus movimentos Fascinava até mesmo aos monges mais centrados... O tom leve e doce de sua voz poderia até mesmo acalmar a besta mais feroz. Seu nome era Cassandra! Outros elfos poderiam até mesmo dizer:

"- Mas ela é apenas uma humana, a beleza dela não irá durar nem mesmo por meros 30 anos!"

Mas isto não importava, meu maior desejo era tela em meus braços. Pensando nisso comecei a me dedicar ao canto e também a harpa, tudo isso no intuito de chamar a atenção dela e fazer-lá reparar em mim. Mas infelizmente ela só tinha olhos para um paladino líder de um pequeno exercito, ao qual ela fazia parte... Felizmente (ou infelizmente) esqueci-me do nome deste ser vil que roubou de mim a minha primeira paixão...

Na mesma época um grupo de aventureiros mercenários passou por Comyr, entre eles existia um bardo, seu nome era Batz Laenf, O Bardo Da Voz De Mel (como ele mesmo se intitulava). Batz ao ouvir-me cantando sobre minha solidão sentiu que eu tinha talento para a profissão e me convidou para viajar com ele pois já estava velho e desejava passar seus conhecimentos adiante. De começo recusei-me a me distanciar de Cormyr e de minha amada Cassandra, por mais que eu soubesse que não tinha chances com aquele paladino eu não queria desistir... Batz apenas conseguiu me convencer quando me falou que poderia me mostrar como cantar igual ou melhor que Cassandra e até mesmo superar a presença de espírito do líder do grupo de Cassandra, ao ouvir esta afirmação a história toda mudou...

A partir daquele momento eu tinha uma chance com Cassandra e decidi seguir com Batz e seus companheiros, Batz me ensinou a cantar de modo a dominar a atenção do publico, até mesmo as vezes induzir eles a fazerem coisas por mim. Minhas antigas "brincadeiras" de pegar coisas emprestadas para não devolver também me valeram em certos momentos de dificuldades e até mesmo melhoraram. Aprendi o uso de armas, me adaptei muito ao Sabre, arma leve e que se usadas no ponto certo dos Humanóides e dos monstros podem causar estragos gigantescos. Pouco tempo após me juntar ao grupo também se juntou Philadox Hammerfall. Um anão que não é muito bom com as palavras mas que é excepcional com seu Malho. Aquilo parece mais uma marreta gigante e ele segura com apenas uma mão, não sei como consegue. Eu mal conseguiria empunha-la com as duas mãos em batalha, deve ter uns 20 quilos, mas este anão se tornou um grande amigo... Viajamos com estes aventureiros mercenários durante cerca de 5 anos, as aventuras que tive e o aprendizado que consegui nestes anos contarei em outra ocasião.

Após 5 anos o grupo se desmanchou pois os chegados antes de mim e Philadox já estavam na estrada a alguns anos, então eu e Philadox decidimos seguir viagem somente nós dois a procura de um grupo em que eu pudesse encontrar Heróis valorosos para criar músicas únicas e Philadox a procura de glórias para seu clã. Durante nossas viagens ouvi rumores de um grupo que enfrentou um exercito de demónios que não se podia ver o fim, lutadores que em menos de 6 segundos matam 10 ou mais demónios, lobos do tamanho de casas, pequeninos que não podem ser ouvidos, arqueiros que nunca erram seus alvos por mais longe que este possa estar, clérigos que são agraciados com a visão em vida de seu glorioso deus e como líder um paladino tão imponente que simplesmente a presença dele traz coragem aos corações mais fracos.

Quando ouvimos estes rumores eu e Philadox decidimos que seriam estes os companheiros que procurávamos, afinal guerreiros com tamanha glória seriam a inspiração perfeita para compor e também para levar a glória ao clã de Philadox. Começamos nossa busca por Cormyr, pois eu tinha a esperança de encontrar Cassandra novamente, infelizmente meus desejos não foram atendidos. Mas conseguimos obter informações sobre este valoroso grupo, que eles poderiam estar em uma cidade construída no deserto próximo a Evereska. Fomos até esta cidade onde poderíamos encontrar o que procurávamos....

Encontramos apenas uma cidade destruída, o cheiro do mal em cada esquina da cidade e também o vazio pois já não havia viva alma em seus muros já destroçados, decidimos seguir para Presmea em busca de informações, após alguma horas de caminhada vimos a visão do inferno a distancia, milhares de demónios andavam por Presmea... Até agora está visão me dá calafrios, não vou negar caros leitores, mas eu senti medo do que poderia acontecer se aquele mal se espalha-se pelo resto do mundo. Não sei se por reflexo dos demónios que habitam Presmea agora, mas apesar de o Sol estar no seu ponto mais alto neste momento, em Presmea parecia que era noite.... Uma noite tão densa quanto a escuridão mágica que os malditos Drows (Elfos Negros) podem criar e tanto gostam, Philadox e eu fomos embora o mais rápido que podíamos. Apesar do cansaço da viagem não queríamos ficar ali nem mais um momento, voltamos para os destroços da cidade do deserto e de lá rumamos na direção de evereska, eu sabia que meu companheiro não iria poder entrar na cidade. Mas ele poderia ficar na pequena vila élfica que fica na base da montanha entre as florestas....

Para nosso espanto, encontramos algo que nunca imaginaríamos. Diversos humanos vivendo como que acampando nos pés da montanha na vila élfica e após pouco tempo de conversa descobrimos que ali estava um dos membros heróicos que procurávamos. Ninguém mais ninguém menos que aquele que acreditávamos ser o Líder. O Paladino Gallagan, aquele que monta um Leão Atroz...