segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

7 – O Livro

O velho entrou correndo, tendo Reyes e eu vindo logo atrás. Subimos correndo a escada pois o som veio do segundo andar, vimos uma porta fechada e outra aberta que foi onde entramos supondo que o som veio dela.


 

Quando entramos vimos um quarto simples, com uma janela, uma cama de solteiro, cortinas desbotadas e uma escrivaninha. No chão estava a gaveta da escrivaninha quebrada mostrando que havia sido arrombada e esvaziada.


 

Reyes rapidamente se aproxima da janela do quarto se vira e fala:


 

"-Acho que o ladrão saiu por aqui..." Então apontou para o lençol que estava amarrado no pé da cama e saia pela janela.


 

Apenas me aproximo para olhar o lençol e Reyes continua falando.


 

"-O que tinha nesta gaveta senhor... qual o seu nome mesmo?" Reyes olhou curioso para o velho e só agora eu percebi que nós não sabíamos o nome dele...


 

"-Me chamem Balthasar. E não havia nada demais para que alguém pudesse levar..." O velho falou parecendo triste.


 

Eu pego a gaveta quebrada no chão e a encaixo onde estava antes de ser arrombada, enquanto cantava uma melodia que Batz me ensinou para fazer pequenos consertos.


 

Ao terminar de cantar a gaveta estava consertada como se nunca tivesse sido arrombada. Balthasar olhou aquilo e um surpreso perguntou:


 

"-Como você aprendeu isto?"


 

"Batz me ensinou esta melodia a alguns anos atrás. Afinal as vezes preciso consertar minha harpa não é?" Falei alegremente.


 

"-Eu perguntei COMO você aprendeu e não QUEM te ensinou!"


 

"-Mas obrigado mesmo assim..." Falou o velho e então se virou para Reyes e falou:


 

"-Saiam daqui por favor. Vou descansar agora." Sem esperar nem mesmo nós sairmos o velho deitou na cama para descansar.


 

Antes de sair Reyes anda em volta da cama do velho como que abençoando a área e então saímos os dois em silencio. Na porta da casa encontramos com Gregor segurando um saco parecendo conter moedas e um livro na outra mão.


 

"-Onde você estava Gregor? E onde conseguiu isto ai?" Perguntei olhando para os itens nas mãos dele.


 

"-Eu peguei ai na casa do velho!" Então ele nos contou como foi...


 

Gregor deu a volta sorrateiramente pela casa enquanto conversávamos com o velho. Ele entrou pela janela e passou sem ser percebido. Subiu as escada entrou no quarto do velho e viu a escrivaninha.


 

Quando tentou abri-la viu que estava trancada, parou e pensou:


 

"Se não posso abrir por bem, abro por mal!"


 

Ele então tirou o lençol da cama, o amarrou no pé e jogou a outra ponta pela janela. Então ele bateu com toda força usando uma lança que sempre carrega estourando a fechadura (o que explica o barulho que ouvimos).


 

Ele então rapidamente puxou a gaveta jogando-a no chão, pegou o livro e o saco. Então se escondeu atrás da cortina e ficou esperando...


 

Viu-nos entrar no quarto e continuou esperando. Quando Reyes e eu saímos, aproveitou que o velho estava de costas e desceu pelo lençol que ninguém se lembrou de retirar antes que saíssemos da casa. E nos encontrou na porta.


 

Quando ele terminou de explicar Reyes parecia atônito com o que Gregor fez. Logo puxou o livro da mão de Gregor e foi abrir para ver o que era...


 

Nesta hora começou a uivar um vento macabro fazendo com que as janelas das casas abandonadas baterem e aumentando mais ainda a impressão de estar em uma cidade fantasma.


 

Reyes ficou branco e paralisado com o livro apenas entre aberto em sua mão e com os olhos arregalados olhando para o nada como se tivesse algo ali.


 

Depois de um tempo ele ainda sem olhar para nós diz:


 

"-E-eu vi uma mulher quando abri o livro... Apesar de ser apenas uma mulher, foi algo macabro..."


 

Então Gallagan se aproximou de nós fazendo Reyes se recuperar de sua visão. Nesta hora Gregor abriu o saco que estava em sua mão e vimos algumas peças de bronze dentro.


 

Provavelmente por peso na consciência, Gregor depositou uma peça de ouro na sacola e Reyes depositou mais algumas.


 

Nós íamos entrar para devolver as coisas de Balthasar, mas o vimos descendo a escada e apenas esperamos ele se aproximar.


 

Quando chegou viu seu livro nas mãos de Reyes e pareceu furioso. Eu rapidamente me aproximei e falei:


 

"-Senhor nos desculpe pela idiotice de nosso companheiro..." Eu tento dar um tapa na nuca de Gregor, mas ele desvia. Reyes tenta logo depois, mas também erra.


 

"-Não sabemos por que ele fez isto. Mas sentimos muito... Aqui está seu livro..." Ao terminar peguei o livro da mão de Reyes e entreguei ao Ancião. Ele apenas nos olhou com a cara fechada, pegou o livro e entrou na sua casa batendo a porta.


 

Assim que Balthasar fechou a porta percebemos que ficamos com as moedas dele. Então imediatamente começamos a bater na porta e chamar por ele, mas ele não atendia de jeito algum...


 

Vendo que ele não atenderia demos a volta na casa, então Gregor subiu pelo lençol que ainda estava pendurado pela janela. A janela estava fechada, Gregor começou a bater na janela como que pedindo para Balthasar abri-la.


 

Após algums minutos sem resposta Gregor começou a tentar abrir a janela... Quando conseguiu abrir entrou em silencio pela janela e sumiu durante alguns instantes.


 

Nós ficamos esperando Gregor voltar, então ele apareceu na janela e por meio de gestos perguntou se deveria pegar novamente o livro do Ancião. Reyes e eu conversamos durante alguns minutos e por meio de sinais também falamos que ele não deve pegar o livro.


 

Gregor desce e fala:


 

"-O velho estava dormindo abraçado com o livro. Mas tive a impressão que ele chorava..." Então Reyes começa a fazer algum tipo de prece, após alguns minutos orando ele se vira para a gente e fala:


 

"-Vou santificar esta casa." Então Reyes coloca as mãos na sua bolsa e começa a procurar por alguma coisa. Alguns segundos depois ele olha para a gente novamente e fala:


 

"-Alguém tem componente para fazer um ritual de santificação?"


 

Gregor e eu nos olhamos e apenas rimos pela falta de preparo de Reyes para está situação...

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

6 – O Ancião

Caído no chão, com manchas a me embaçar a visão e o corpo todo dolorido vi o que havia me mordido... Uma Naja rastejava próxima ao meu pé, pronta para morder novamente...


 



 

Mas antes que ela pudesse dar o bote novamente uma flecha lhe atravessou a cabeça e no mesmo momento perdi a consciência... Acordei alguns minutos depois, com a mão de Reyes em meu ferimento, ainda sentia-me fraco do veneno da Naja, mas estava melhor que antes de desmaiar.


 

Agradeci Reyes e quando me levantei vi Gregor fritando a naja para comer, (realmente este pessoal do "mato" tem uns gostos estranhos)...


 

"-E ai Aust, enfrenta bruxa com a gente, mas cai para um animalzinho destes?" Pergunta Gregor com um sorriso nos lábios.


 

"-Fazer o que não é? Não sei viver no mato... Ou no deserto, como você preferir..." Respondi meio sem jeito enquanto todos caiam na gargalhada.


 

Um tempo depois voltamos todos a descansar, no outro dia de manhã partimos novamente voando com auxilio da magia de Reyes. E após algumas horas de vôo chegamos novamente ao acampamento onde conhecemos Gallagan, Reyes e Gregor.


 

Fomos diretamente procurar por Jasão. Quando encontramos com ele, Reyes e ele se abraçaram e se cumprimentaram com saudações religiosas. Então Jasão começou a falar:


 

"-Bem vindos amigos, as noticias da morte da bruxa muito alegram a nossa causa!"


 

"-Obrigado mestre! Durante as lutas conseguimos um anel..." Reyes respondeu e começou a olhar para Philadox esperando que ele pega-se o anel.


 

Philadox meio a contra gosto tirou o anel de platina do bolso e entregou para Reyes, que o mostrou para Jasão.


 

Depois de alguns minutos olhando para o anel Jasão entrega para Philadox e fala:


 

"-Este anel não parece ter nada de especial. Mas tome cuidado nunca se sabe que tipo de truques o mal pode usar. Mas tem outra coisa me preocupando..."


 

"-Ouvi rumores que entre Comanthor e o Vale das Sombras tem acontecido alguns casos estranhos... As pessoas andam tendo pesadelos estranhos e morrendo com pragas desconhecidas. Não sei se está envolvido com o que andamos enfrentando, mas é nosso dever verificar isso e caso tenha alguma força maligna agindo fazer com que parem!" Terminou Jasão olhando para Reyes nos olhos.


 

Reyes então responde:


 

"-Desculpe pode repetir Mestre?"


 

Jasão então repete tudo o que havia falado meio indignado com a falta de atenção de seu discípulo.


 

"-Amanhã de manhã eu levo vocês até lá por teleporte... precisamos verificar isso rapidamente. Por hoje vocês devem descansar." Adicionou Jasão ao que já havia falado.


 

Fomos todos descansar e no outro dia pela manhã após suas preces matinais Jasão veio nos encontrar e após algumas preces sumimos todos e aparecemos em outro lugar.


 

Parecia uma cidade fantasma... As casas davam a impressão de não ter ninguém morando há algum tempo.


 

Jasão apenas se despediu e sumiu novamente do mesmo modo que havíamos aparecido. Reyes se vira e fala:


 

"-Vou buscar Gallagan, talvez precisemos dele." Então ele sai voando.


 

Eu saio à procura de alguma pessoa para conversar, bato em algumas portas e em nenhuma delas sou atendido, até que chego ao centro da vila e vejo um senhor já de certa idade sentado próximo a um poço.


 

Este senhor já castigado pelo tempo e pela vida no campo, tinha aparência de alguém que já sofre há muito tempo. Eu me aproximei dele cumprimentando-o.


 

"-Bom dia meu senhor. Poderia conversar um pouco?" Falei sorrindo.


 

"-Aqui não tem bom dia. E se você dá valor a sua vida deveria ir embora!" Falou o senhor demonstrando muito mal humor.


 

"-Desculpe, mas não posso, vim com alguns amigos para investigar sobre os supostos pesadelos e pragas que vem assolando esta vila." Respondi tentando ganhar a cooperação do velho senhor.


 

"-Tudo que vocês precisam saber é que isto é uma desgraça sobre a vila que assola a todos os que moram por aqui... Ou melhor, dizendo... que moravam... pois quem não morreu dá praga decidiu ir embora..." Falou o velho.


 

"-Eu sou o ancião desta vila, sempre morei aqui, eu não vou embora daqui... eles querem ir? Deixem que vão e nunca mais voltem!" Resmungou o velho falando mais com ele mesmo do que comigo.


 

"-E o que é esta praga? Quanto tempo faz que ela começou a atacar a vila?" Perguntei para o velho.


 

"-Não sei... As pessoas têm pesadelos e depois morrem pela praga. Isso começou a acontecer há quatro dias, mas já tinha acontecido outra vez há uns 50 anos atrás." Me respondeu o velho.


 

Eu comecei a fazer outra pergunta, mas o senhor simplesmente se levantou e ficando de costas para mim foi em direção a uma das casas dando a entender que o assunto estava terminado.


 

Voltei para perto de Gregor e percebi que ele estava em transe. O cutuquei para acordar do transe e ele levantou assustado, vendo que eu quem o havia acordado falou:


 

"-Desculpe-me... ainda é efeito da ressaca!"


 

Isso me fez pensar... Efeito da ressaca três dias depois da festa? Bom fazer o que não é?


 

Contei para ele o que eu havia ouvido do velho e ele decidiu procurar por vestígios de algo que possa causar a praga. Ele ficou algumas horas checando o chão e então finalmente falou:


 

"-Não encontrei nada de anormal. Apenas pegadas de humanos."


 

Nesta hora Reyes volta voando acompanhado de Gallagan que parecia bem cansado. Reyes então explica a aparência de Gallagan:


 

"-Parece que ele ficou todo este tempo lá onde o deixamos parado esperando a gente. Não dormiu nem comeu nada..."


 

Tive que conter para não rir da idiotice que acabava de escutar. Então falamos para Reyes o que havíamos descoberto. E ele falou:


 

"-Quero falar com este velho de novo, me mostre a casa em que ele está."


 

Mostrei para ele o caminho e quando chegamos ele já foi batendo na porta. Após alguns minutos o mesmo velho de antes abriu a porta com um olhar que por si só dizia: "-O que vocês querem?"


 

"-Boa tarde eu sou Reyes, um clérigo de Torm! Poderia conversar um pouco com o senhor?" Falou Reyes em resposta ao olhar do ancião.


 

O ancião apenas fez que sim com o movimento de cabeça e esperou o que Reyes iria falar. Então Reyes começou:


 

"-O meu amigo aqui me falou sobre a praga e os pesadelos. Gostaria de saber do senhor, nunca teve nenhum destes pesadelos?"


 

"-Estes pesadelos são reais e eu já os tenho a mais de 60 anos!" Respondeu o velho.


 

"-E as pessoas que morreram da praga? Alguém analisou os corpos?" Perguntou Reyes.


 

"-Para que? Todos parecem que foram sugados. Pois todos ficaram pálidos." Falou o ancião.


 

"-Se vocês desejam continuar vivos aconselho que saiam da vila o mais rápido possível!" Nos alertou o ancião.


 

"-Somos um grupo corajoso meu senhor, nós viemos aqui para resolver este problema!" Falou Reyes com convicção mostrando uma dignidade e determinação que eu ainda não havia visto nele.


 

"-E quem você pensam que são para resolver algo?" Gritou o ancião claramente duvidando de nós.


 

"-Independente da sua crença em nós, vamos resolver este problema. Se importaria se investigássemos as outras casas?" Falou Reyes demonstrando calma.


 

"-Façam o que quiser. Mas não vão ficar impressionados com o que possam ver lá." Falou o velho em tom de deboche.


 

"-Uma ultima pergunta senhor. Você nunca foi atacado? Perguntou Reyes.


 

"-Sou atacado da pior forma possível..." Falou o ancião.


 

Sem que ele pudesse terminar o que falava ouvimos um estrondo no segundo andar da casa. E entramos todos correndo na casa...


 


 

Não se esqueçam de votar na enquete "O Leão é mais inteligente que Gallagan? E ele deve ser o novo paladino do grupo?"!

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

5 – Após a Festa

Sinto um calor sobre minha pele e uma claridade que passa pelas minhas pálpebras... Minha cabeça dói, abro os olhos e descubro que o calor que eu sinto é a luz do sol que passa pela janela... Estou em uma cama de alguma casa, mas não me lembro como e quando cheguei aqui...


 

Tudo que me lembro foi do dia anterior... a luta com a bruxa e depois a grande festa que os habitantes do vale ofereceram... Eu tocava minha harpa e muita gente dançava. A grande maioria camponesas algumas quase se oferecendo para nós "Os Matadores da Bruxa", como nos apelidaram...


 

Durante a festa havia muita comida e bebida, me lembro de ter bebido umas cinco canecas de hidromel. Mas depois disso não me recordo de mais nada...


 

Sinto algo se mover na cama, alarmado olho para o lado e só agora percebo que tem outras pessoas na cama. Para ser mais exato três garotas eu suponho, pois estão cobertas. Gostaria de lembrar o que aconteceu na noite anterior...


 

Tiro o cobertor da que está mais próxima e vejo uma bela camponesa, é uma das mais bonitas que eu havia visto na festa, pensando que as outras podem ser tão belas quanto a primeira puxo a coberta de cima delas e quase salto da cama. As outras duas eram pouca coisa mais bonitas que aquela bruxa que matamos, provavelmente por efeito da bebida acabei ficando com elas...


 

Sem fazer barulho me levanto e visto minhas roupas, pego minhas armaduras com cuidado e saio sem que as garotas acordem. Se fosse só pela primeira garota das três eu não teria problema em ficar até ela acordar... Mas as outras duas só com o efeito do Hidromel mesmo.


 

Saio da casa e percebo que ainda é cedo, poucas pessoas caminham pelo vilarejo, vou até a praça central e vejo Gregor dormindo em cima de uma mesa, antes da festa ele havia me falado que desejava "sair" com uma das camponesas para relaxar. Mas estranhamente ele estava ali sozinho...


 

Pode ter sido efeito dá comida servida, ouvi comentários de que ele seria alérgico a cebola. E quase toda comida que foi servida havia sido preparada com cebola... Ou talvez ele apenas tenha mudado de idéia e decidido ficar sozinho.


 

Philadox estava dormindo encostado em um barril vazio de hidromel, do lugar em que eu estava podia ver a entrada da casa onde eu dormi, mas ninguém que saísse de lá poderia me ver. Alguns minutos depois de me sentar na mesa onde Gregor dormia para esperar os outros acordarem vi as duas garotas mais feias que estavam na minha cama saírem conversando sorrindo. A outra saiu e foi para o lado oposto as duas anteriores, ela pareceu me perceber, mas fazer questão de ignorar... Não a culpo já que não esperei nenhuma delas acordar para sair...


 

Gregor acorda meia hora depois e fala:


 

"-Bom dia Aust!"


 

Eu respondo:


 

"-Bom dia Gregor. A noite foi boa, mas por que ficou aqui nesta mesa dura ao invés de ir dormir em uma cama quente com alguma camponesa?"


 

"-Ah sobre isto... Decidi que esta noite seria para festejara vingança pelo meu irmão!" Respondeu Gregor sem parecer muito convincente.


 

Fiquei em silencio esperando os outros acordarem para saber qual seria nosso próximo passo. Philadox e Gallagan chegaram e se sentaram sem falar muito, talvez pela ressaca que todos estávamos com toda certeza. Reyes saiu da mesma casa que eu umas duas horas depois abraçado com uma bela camponesa, provavelmente tão bela quanto a que me ignorou.


 

Reyes estava com um sorriso de orelha à orelha e falou animado:


 

"-Bom dia à todos! A festa foi ótima não?"


 

Todos assentiram com a cabeça enquanto ele se sentava. Então eu que depois de Reyes parecia o mais animado perguntei:


 

"-Então Reyes qual será o nosso próximo passo?"


 

"-Me dêem alguns minutos vou avisar Jasão que matamos a bruxa, Cukko e Dizon." Respondeu Reyes, então ele se ajoelhou e começou a fazer uma prece silenciosa. Neste meio tempo Gregor acabou cochilando.


 

Passaram-se 10 minutos então Reyes se levantou e falou:


 

"-Jasão pediu que nós voltássemos..."


 

Todos nos preparamos para voltar menos Gregor que dormia na mesa novamente, mas ele parecia já estar com todas as coisas dele arrumadas.


 

Reyes então se virou para o paladino e falou:


 

"-Gallagan, pode ir ver se as crianças estão muito traumatizadas ainda?"


 

Gallagan assentiu com a cabeça e saiu em direção a uma das casas. Nisso Reyes apressadamente acordou Gregor e novamente recitou as preces para fazer com que nós voássemos.


 

Quando já estávamos a uma altura de 2 metros mais ou menos vimos Gallagan vir correndo e gritando:


 

"-Ei fieis amigos! Vocês esqueceram-se de mim!"


 

"-Nos espere aqui. Nós voltaremos!" Respondeu Reyes sem dizer quando seria isso.


 

Gallagan ficou ali olhando nós sairmos voando parecendo uma criança que acaba de perder seu melhor amigo...


 

Voamos durante o dia todo e como da outra vez e após certa de 14 horas voando pousamos. Desta vez em meio ao deserto de Anauroch...


 

Graças a Gregor que se mostrou um exímio caçador mesmo estando de ressaca, conseguimos comer escorpiões fritos e bebemos água criada por Reyes.


 

Neste meio tempo fiz a pergunta que me afligia:


 

"-Quem são Cukko e Dizon?"


 

Reyes e Gregor se olharam então Gregor começou a falar:


 

"-São aqueles dois que derrotamos na casa que foi incendiada."


 

Eles contaram toda a história sobre como os conheceram, mas isso ficará para outro manuscrito, pois é bem longa...


 

Ao anoitecer Gregor novamente fez pequenas preces ao redor do acampamento como que delimitando a área do acampamento e fomos todos descansar...


 

Durante a noite ouvimos algo parecendo um sino muito alto, levantei-me assustado e Gregor que já estava de pé falou rapidamente:


 

"-Alguém entrou na área do meu alarme!" Então ele puxou seu arco procurando o invasor.


 

Reyes e Philadox também acabavam de se levantar já sacaram suas armas. Quando fui pegar "Presa de Tigre" (este é o nome de meu sabre mágico), senti algo morder meu tornozelo e uma dor que se espalhou rapidamente por todo meu corpo.


 

Cai ao chão sentindo-me fraco e finalmente vi o intruso que rastejava pela sombra...

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

4 – Caça a Bruxa

Após a explosão de fogo, os batentes da porta recém derrubada começaram a pegar fogo. Philadox saiu apenas com a barba chamuscada, provavelmente por causa da proteção de sua armadura de batalha.


 

Gallagan parecia ter sentido muito mais o golpe, sua pele parecia estar muito queimada, demonstrando em diversos pontos ter criado pequenas bolhas por causa do fogo.


 

Mas em compensação o Leão que ele monta parece que nem mesmo se incomodou com o calor, seu pelo continuava brilhante e sem nem ao menos sinal de ter se chamuscado...


 

Gallagan que não poderia entrar na casa com seu Leão se aproximou mais de Philadox. Falando algumas palavras mágicas encostou a mão no ombro do anão...


 

Os músculos de Philadox incharam a ponto de quase se ver as veias dele saltando. Philadox correu casa adentro atravessando o fogo que aumentava, eu fui atrás.


 

Entrei a tempo de ver Philadox com seu Malho pegando fogo enterrado no peito do homem que havíamos visto antes fechando o forno. Eles se encontravam na metade da escada.


 

Philadox então em um salto voltou e se postou a minha frente como que para me proteger de algo, me cutucou com o cotovelo e apontou para debaixo da escada.


 

Ao olhar vi ali um ser humano que se transformava em algo que mais parecia o cruzamento de um humano com um abutre, ele tinha penas acinzentadas por todo o corpo e largas asas emplumadas...


 



 

Vendo aquele ser monstruoso a nossa frente, eu parei de tocar e recitei um poema mágico que Batz há muito tempo me ensinou, este encantamento serve para privar magicamente qualquer ser de se movimentar.


 

Senti o monstro lutando contra meu encantamento, usando toda a força de vontade que ele tem... Mas meu encantamento foi mais forte e ele ficou ali paralisado embaixo da escada...


 

Quase que imediatamente após meu encantamento, vi cinco flechas encravadas no corpo do monstro e ouvi o som de algo caindo no chão ao mesmo tempo em que eu vi o monstro caindo morto...


 

Era Gregor que estava escondido, ele segurava uma flecha na mão e o arco estava no chão, pois ele o havia derrubado na pressa de atirar.


 

O corpo do monstro começou a deteriorar instantaneamente e sumiu sem deixar vestígios de um dia ter estado ali... Apenas um anel dourado, ao ver o anel Reyes falou:


 

"-Este anel é muito parecido com o anel que Leon tem, destrua ele!"


 

Philadox sem pensar duas vezes, acertou o anel com sua arma fazendo em migalhas. E então foi ver o corpo que estava na escada.


 

Este corpo cheirava a carne queimada, tinha um grande buraco queimado bem no meio do tórax onde Philadox havia enterrado sua arma. Após revistar o corpo encontrou um anel de platina e o guardou no bolso. Enquanto isso eu procurava pistas da bruxa na casa antes que ela fosse totalmente tomada pelo fogo...


 

Não encontrei nada, quando terminei saí da casa e encontrei os outros, mas Gregor havia sumido... Reyes estava ajoelhado rezando com um copo com água na mão. Na sua frente estavam os restos do garoto que estava no forno e com alguns diamantes ao redor do corpo.


 

Mantive-me quieto acreditando que o clérigo estava fazendo algum tipo de ritual para que a alma do garoto descansasse em paz. Após 10 minutos eu já estava cansado de esperar e Philadox batia o cabo de sua arma no chão também demonstrando impaciência. Então vi outra prova de poder do habilidoso clérigo...


 

Ele jogou um pouco de água sobre cada um dos diamantes e então molhou o rosto do garoto fazendo alguns sinais e então implorou em um tom de submissão:


 

"-Oh Torm, O Verdadeiro... imploro-lhe devolva a vida deste garoto que foi tomada por seres malignos..."


 

Um clarão surgiu então, fazendo com que eu tivesse que cobrir os olhos. Quando a luz sumiu o garoto estava em pé sem nenhuma queimadura.


 

Eu já tinha ouvido falar deste tipo de milagre... Mas nunca imaginei que iria testemunhar um deles.


 

Reyes tentava falar com ele, mas não conseguia, pois o garoto apenas chorava com medo e balbuciava:


 

"-Professora... vivo... forno... comer..."


 

Reyes se aproximou do ouvido do garoto e falou alguma coisa, aos poucos o garoto foi parando de chorar. Vendo-o mais calmo Reyes perguntou:


 

"-Quem fez isso com você? Onde está esta pessoa, você sabe?"


 

O garoto ainda com o rosto molhado, mas aparentemente sem medo começou a falar:


 

"-A nova professora... ela me pediu para ajudá-la com os livros... quando entramos, ela falou que iria me comer e me jogou vivo no forno..." Falou o garoto olhando para Reyes.


 

Reyes e Gallagan perguntam ao mesmo tempo:


 

"-Pode nos levar até esta escola?"


 

O garoto fez que sim com a cabeça e saímos correndo atrás do garoto. Quando chegamos ao centro da vila o garoto apontou para uma casa um pouco maior que as outras.


 

Quando nos aproximamos vimos Gregor tentando olhar pela fechadura, ele ia falar algo, mas Philadox foi mais rápido e já foi abrindo a porta.


 

Se tivéssemos demorado 10 minutos a mais provavelmente teríamos visto uma cena grotesca. Pois existiam cerca de 20 crianças amarradas no canto da sala todas chorando e uma moça que parecia preparada para fazer algo com as crianças.


 

O garoto imediatamente apontou para a moça e gritou:


 

"-É ela! É ela! Foi ela que me jogou no forno!!!"


 

Ela pareceu surpresa, mas ao avistar Reyes, que já estava no meio de uma conjuração e Gallagan a surpresa se tornou ódio.


 

Reyes terminou sua conjuração e surgiu em cima da bruxa dezenas de espadas se movendo no ar e atacando tudo em uma pequena área formando uma barreira, a moça foi pega por alguns golpes que lhe cortaram a carne. Mas deu um passo a frente e evitando assim se machucar mais na barreira.


 

Eu conjurei invisibilidade sobre mim e fui em direção às crianças. Vi então sete flechas perfurarem o corpo da moça...


 

Em pontos vitais, como coração, fígado e garganta. Ao procurar com os olhos de onde vieram as flechas, vi Gregor com um olhar flamejante gritar:


 

"-Você não sairá viva daqui! Juro por meu irmão e pela honra de Shevarash!"


 

Então Gallagan avançou montado em seu Leão com toda velocidade em direção a barreira. O Leão hesitou e tentou de todas as formas possíveis lutar para não entrar na barreira, porém foi obrigado por Gallagan que por algum motivo queria entrar ali... Ainda não sei o que o paladino planejava, mas sei que o leão pareceu ser o mais inteligente dos dois naquele momento (e em muitos outros)...


 

Quando Gallagan entrou na barreira as lâminas começaram a retalhar sua carne que já estava danificada pelo fogo tornando-a ainda mais desagradável de se ver. Quando Gallagan finalmente estava frente a frente com a garota, ficou fascinado com sua beleza e decidiu apenas olhá-la...


 

Philadox então passou correndo por trás dele, se jogando com o escudo contra a moça que aproveitou para mordê-lo em um dos ombros. Ele urrou de dor e raiva entrando junto com a bruxa em meio às lâminas.


 

Philadox se levantou com diversos cortes no corpo, mas a moça foi dilacerada... Os restos do corpo dela foram jogados para todos os lados sujando a sala toda de sangue. E finalmente voltando a sua forma verdadeira...


 

Ela mudou totalmente de aparência. Parecia com uma mulher muito feia com a pele violeta azulada como se tivesse sofrido hematomas. Com verrugas, bolhas e chagas por todo o corpo... Tufos de cabelo negros como um carvão, dentes serrilhados e amarelados. E os olhos flamejantes emanando um leve brilho avermelhado. Em resumo a visão de algo saído dos nove infernos!


 



 

Enquanto eu desamarrava as crianças, Reyes desfez sua barreira e foi verificar o ombro de Philadox que caiu ajoelhado por causa da dor.


 

Reyes tentou alguns feitiços contra veneno, mas de nada adiantou. O ombro de Philadox estava cada vez mais escuro, chegando a ficar mais escuro que a pele da bruxa morta...


 

Perto de uma das partes do corpo da Bruxa vimos uma gema roxa, Reyes que havia desistido (Por enquanto) de cuidar do ombro de Philadox começou a pisar na gema tentando quebrá-la.


 

Philadox se aproximou mal-humorado por causa do ombro e empurrou Reyes para longe da gema, com um único golpe de malho ele despedaçou a gema... Mas usou muita força e os estilhaços que voaram chegaram a nos machucar. Por sorte as crianças já tinham saído da sala senão poderiam ter se machucado.


 

Nisso Philadox guardou a arma, virou-se para Gallagan e falou:


 

"-Você é um animal! Ouvi falar que paladinos podem curar doenças. Você não pode ou não quer fazer isso? Reyes já descobriu que NÃO é veneno o que está circulando pelo meu ombro!"


 

O anão começou a encarar Gallagan com ódio no olhar...


 

Gallagan se aproximou demonstrando certa dúvida sobre o que poderia fazer. Colocou uma mão no ombro de Philadox e vimos uma luz brilhar. Então o ombro do anão começou a voltar à cor original, enquanto o paladino falava...


 

"-Desculpe-me meu fiel amigo, eu esqueci que poderia fazer isto..."


 

E mais uma vez o Paladino demonstra sua grande perspicácia...


 

Quando saímos, diversas pessoas se aproximaram perguntando o que havia acontecido... E como todo bardo, por mais modesto que seja, comecei a contar sobre as recentes vitórias de meus companheiros com uma canção. Fomos aplaudidos pelos amigáveis moradores da vila. Eles fizeram questão de dar uma festa em homenagem ao grupo. É claro que me ofereci para cuidar da música...


 

Passamos a noite inteira comendo, bebendo e cantando. Sem nos preocuparmos com o amanhã...

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

3 - À Procura do Inimigo

Voamos durante cerca de quatorze horas, por melhor que seja a sensação de voar... Voltar a tocar o chão foi um prazer. Decidimos que era hora de descansar, apesar de eu não ter habilidade para caçar, pescar ou qualquer outra coisa ligada à vida no campo (Sim eu sou um jovem da cidade, gosto de uma cama macia no quarto de uma hospedaria) eu decidi que deveria ajudar ao meu modo. Puxei minha harpa, o artesão que a construiu realmente tinha um ouvido e tanto por que se pode dizer que ela é uma obra-prima, já a tenho há alguns anos e nunca desafinou ou quebrou uma corda.


 

Comecei a dedilhar minha harpa para dar mais animo e alegria aos meus companheiros e seu som ecoava pelas arvores da floresta em que estávamos. Somente parei quando Gregor surgiu por detrás de uma arvore próxima com um cervo nos ombros, o cervo tinha um único ferimento entre os olhos, onde existia uma flecha alojada.


 

Após comermos, Philadox perguntou sobre como iríamos fazer a guarda. Pois no meio da floresta existe grandes possibilidade de sermos atacados por animais selvagens. Gregor se levantou sem falar nada foi até o centro do acampamento, tirou um pequeno sino do bolso e um fio de algo que parecia prata, fez algumas preces e voltou a se sentar falando:


 

"-Pronto, nenhum animal entra na área sem que nós sejamos avisados."


 

Então finalmente após isto fiz a pergunta que mais me afligia:


 

"-Afinal, quem é esta bruxa que estamos indo atrás?"


 

Gregor me olhou nos olhos e Philadox fez um sinal com a cabeça como que confirmando que também gostaria de saber a resposta. Mas foi Reyes quem começou a falar:


 

"-Não sei se vocês já viram como está Presmea, mas ela foi engolida pelas trevas graças a um ritual que esta bruxa fez. Ela e mais duas outras bruxas que nós já matamos sacrificaram crianças em Presmea para criar um lugar em que demônios se sentissem confortáveis. Infelizmente nós não conseguimos conter o ritual e durante o processo um amigo meu de infância foi morto..."


 

"-E também o meu irmão que foi assassinado por estas bruxas. Por isso jurei que vou caçar todas elas e fazer com que paguem!" Falou Gregor cortando o que Reyes falava.


 

Gregor ficou quieto, mas novamente vi seus olhos flamejando. Reyes então encerrou o assunto falando:


 

"-Nós devemos descansar, chegaremos ao Vale da Sombra amanhã. E temos que evitar que aconteça lá o que aconteceu em Presmea!"


 

Fomos todos descansar após esta conversa. Mas para quem não sabe, nós elfos não dormimos como as outras raças. Apenas entramos em um transe como se estivéssemos meditando durante 4 horas. No outro dia pela manhã partimos novamente "caminhando" no ar, chegamos ao Vale da Sombra pouco antes do Sol estar no seu ponto mais alto.


 

O Vale da Sombra é um lugar em que parece que o tempo passa mais devagar, dando a sensação de que a cidade está adormecida pelo ambiente calmo. As casas são feitas de madeira e pedra, estão todas longe o suficiente uma da outra para que o visinho não escute o que acontece na casa ao lado, porem perto o suficiente para que se possa ver a janela do visinho.


 

Ao tocar o solo, fui em direção da casa mais próxima. Nós precisávamos de pistas de onde a bruxa poderia estar. Já fui batendo na porta e após menos de um minuto de espera ela se abriu, vi um humano que deveria estar por volta dos seus 40 anos parado com um ar de duvida e desconfiança. Estampei meu maior sorriso no rosto e comecei a falar:


 

"-Bom dia senhor, eu me chamo Aust Näilo. Desculpe incomodar batendo em sua porta, mas eu e meus amigos tivemos noticias de que provavelmente existira uma bruxa escondida em vossa vila. Eu gostaria de saber se não for incomodá-lo se não ouviu algum rumor estranho." Falei usando o tom mais amigável e tentando demonstrar minha preocupação para com a vila.


 

Ele me olhou dos pés a cabeça e começou a falar:


 

"-Não ouvi rumor algum sobre isto, nem nenhuma bruxa passou por aqui. E se esta bruxa decidir vir até aqui garanto que não sairá viva!"


 

Assim que ele terminou de falar eu agradeci pela atenção e me distanciei da casa, enquanto voltava para perto do grupo vi que Gregor não ficava parado. Hora estava mexendo na terra, depois estava olhando para o horizonte, mas o tempo todo se movendo como se estivesse seguindo os passos de alguém... Fui de casa em casa tentando obter informações durante cerca de 2 horas e Gregor o tempo todo também andando de um lado para o outro. Após estas horas o Maximo que eu havia descoberto era que há pouco tempo uma senhora e dois senhores haviam se mudado para a vila, quando fui falar para os outros Gregor também se aproximou e começou a falar antes de mim:


 

"-Acho que encontrei o rastro da bruxa indo para uma casa aqui perto. Vou até lá investigar, alguém virá comigo?"


 

Eu me ofereci e nós começamos a nos aproximar da casa que ele apontou, sem fazer ruídos e tentando não chamar atenção. Quando chegamos à janela Gregor entrou enquanto eu fiquei vigiando, do lugar em que eu estava conseguia ver uma sala quase vazia com exceção de uma mesa com três cadeiras, uma escada na parede oposta e um pouco de uma cozinha em que se podia perceber que tinha algo assando pelo cheiro. Gregor foi até a cozinha e após investigar um pouco, abriu a porta do forno à lenha que rangeu, de onde estava não dava para ver o que estava sendo assado... Ele então voltou apressado com uma expressão de nojo para a sala esquecendo-se de fechar o forno à lenha, ele se escondeu embaixo da escada e então ouvi passos.


 

Ajeitei-me na janela de modo que a pessoa que estava descendo não pudesse me ver, mas fosse possível espiar dentro da casa. Era um homem (?) ele tinha dois chifres pontudos que apareciam entre seus cabelos negros, usava cavanhaque e não aparentava ser muito velho... A roupa que usava cobria o corpo inteiro e havia um capuz que estava jogado para trás. Provavelmente usado para esconder os chifres, ele caminhou até a porta da sala e viu o forno aberto. Olhou para os lados como que procurando alguém... Eu me encolhi mais ainda na janela para não ser visto. Ele fechou a porta do forno e subiu as escadas, mas não antes de procurar com o olhar novamente quem poderia ter aberto o forno...


 

Assim que ouvi os passos dele chegar ao fim da escada vi Gregor saindo pela janela e fazendo sinal para nos afastarmos da casa. Quando nos aproximamos do resto do grupo Gregor começou a falar:


 

"-Não há duvidas de que estamos no lugar certo e que é naquela casa... Havia uma criança assando no forno..."


 

Gallagan que estava em silencio até agora olhando para a casa vira-se para nós e fala:


 

"-Eu sinto duas auras malignas dentro daquela casa... Como iremos agir?"


 

Enquanto ele falava, eu me virei para Philadox e comecei a falar:


 

"-Vamos lá meu amigo, derruba a..."


 

"-Eu derrubo a porta e vamos para cima!" Falou Philadox já sabendo o que eu iria falar...


 

Philadox saiu correndo em direção à porta assim que terminou de falar. Enquanto isso eu comecei a cantar uma música para inspirar ainda mais a coragem do anão. Dizem que as músicas de um bardo podem inspirar seus amigos a grandes feitos. Cada vez que começo a cantar torço para conseguir transmitir toda a emoção necessária para encarar as dificuldades.


 

Vendo Philadox correndo em direção a porta o paladino correu junto montado em seu Leão divino. Quando Gallagan chegou à porta da casa, Philadox já a derrubava com um chute e então vimos uma enorme bola de fogo engolir Philadox e Gallagan com Leão e tudo...

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

2 - "-Eu sou o Líder!"

Após conversarmos com alguns dos refugiados descobrimos que um Alto-Sacerdote de Torm de nome Jasão poderia nos informar melhor sobre as pessoas que procurávamos e também nos mostrou onde ele estava morando, era uma barraca simples que pelo lado de fora aparentava ser espaçosa. Como não existia nada que impedisse a entrada na barraca fomos entrando, dentro vimos algumas redes que pareciam ser desconfortáveis e uma cama que também não aparentava ser melhor que as redes, vimos também um homem de armadura que descansava em uma rede de costas para a entrada, um pequeno altar no canto da barraca com alguns símbolos (Provavelmente símbolos de Torm, mas não entendo nada de religião) tinha incenso queimando no altar, ao centro da barraca uma pequena fogueira com uma panela no fogo. E um senhor já de mais idade que nos viu e se aproximava já falando:

"-Pois não em que posso ajudá-los?"

Philadox que estava ao meu lado respondeu antes que eu pudesse abrir a boca, diga-se de passagem, uma coisa muito rara de acontecer:

"-Estamos procurando por uma pessoa de nome Gallagan! Falaram que poderíamos encontrar ele por aqui."

O senhor olhou-nos e perguntou:

"-Quem são vocês?"

Após nos apresentar-mos o homem de armadura levantou-se da rede e começou a se aproximar o senhor se apresentou como sendo
Jasão
alto-sacerdote de Torm ele fez um sinal com a cabeça apontando para o homem que se aproximou. Agora que víamos ele mais próximo percebemos, que este homem não é uma pessoa qualquer, é alguém escolhido pelos deuses e agraciado com benção que muitos jamais sonhariam receber, mas também alguém que deve carregar duras obrigações. Este homem se apresentou como Gallagan.

Eu achei ele estranhamente familiar mesmo nunca tendo o visto antes, provavelmente por causa de todas as histórias gloriosas que já ouvi sobre ele, este homem realmente demonstra ter uma aura de liderança que poderia fazer os combatentes mais medrosos enfrentar inimigos que nunca enfrentariam sozinhos. Mesmo com estas sensações precisávamos saber se estávamos falando com a pessoa certa, então pedimos uma prova que ele é o paladino dos rumores. Aquele que cavalga um Leão Atroz. Ele sem pensar (literalmente) duas vezes começou uma prece rápida e vimos um Leão enorme surgindo no meio da barraca, o animal exibia um porte digno do respeito do mais feroz caçador, aquele leão sim seria o verdadeiro rei da floresta. Acredito que Gallagan não calculou direito as dimensões da barraca, pois o leão ao surgir derrubou a barraca inteira. Graças ao fogo que estava aceso no meio da barraca, a lona começou a pegar fogo e tivemos que sair rapidamente dali por causa da fumaça, em menos de 2 minutos a lona inteira havia virado cinzas.

Depois de passado o susto do fogo e do animal, voltamos a falar com Gallagan agora que havíamos confirmado quem era ele. E perguntamos se ele era o líder daquele grupo, pergunta que ele respondeu prontamente que sim. Percebi um olhar estranho de Jasão, mas provavelmente era apenas mau humor por conta de sua barraca ter sido queimada. Quisemos saber sobre os outros integrantes e Gallagan não soube nos dizer onde estavam. Depois disso pedimos para acompanhar Gallagan e seus subordinados, apesar de achar estranho ele não saber onde eles estavam ele nos aceitou o que nos animou, pois a parte mais difícil já tinha passado que era ser aceito no "bando".

Como eu e Philadox estávamos já cansado de viajar decidimos que iríamos sair à procura dos outros em três dias, o que também foi aprovado por Gallagan que iria nos dar a honra de sua companhia. Após uma noite de sono, enquanto Philadox providenciava comida, água e todo o resto necessário para nossa viagem eu apenas sai a procura de alguém para conversar e quem sabe de boa histórias. Avistei três guerreiros que pareciam mais musculosos que qualquer outro naquela vila, um em especial chamava mais atenção por causa de um grande machado brilhante que vim a saber depois pelo meu bom amigo Philadox que era feito de Adamante, o melhor metal para se fazer armas. Puxei conversa com eles para saber sobre sua história e onde haviam conseguido arma tão bela quanto aquele machado o que prontamente o homem do machado mesmo respondeu com orgulho estampado no rosto:

-Foi meu mestre Raizen quem me presenteou com este machado! E treino todos os dias para honrar a confiança que ele depositou em mim e em meus companheiros."

Eu perguntei quem seria o mestre deles e quase em uníssono eles responderam:

"-O maior lutador que já existiu ou existirá neste reino. Durante a guerra contra os demônios nós três vimos quando ele sozinho em menos de 6 segundos matou 17 demônios! E pouco depois em um golpe só cortou um demônio maior que ele ao meio!"

Eu iria continuar perguntando sobre Raizen, mas outra coisa me chamou a atenção. Um homem, um elfo e um cavalo chegaram ao acampamento voando! Sim isso mesmo, eles chegaram voando apesar de um pouco surpreso pela cena olhei para Gallagan que se aproximara como que pedindo explicação. E ele apenas falou que eles eram nossos companheiros, sem demora me adiantei e fui logo me apresentando junto de Philadox que também havia se aproximado para ver quem eram os recém-chegados.

"-Olá companheiros. Eu sou Aust Näilo e este ao meu lado é Philadox Hammerfall. Estou muito feliz de finalmente conhecê-los e me alegro em avisá-los que o líder do grupo aceitou-nos como companheiros de viagem."

Após minha apresentação fiz uma leve reverencia com o corpo ao que fui seguido por Philadox, os dois nos olharam como que confusos e o humano começou a falar:

"-Eu sou Reyes e este é Gregor. Prazer em conhecê-los, mas poderiam me dizer quem é este líder de que você falou?"

Eu olhei para Philadox e ele parecia tão confuso quanto eu estava com a resposta de Reyes. Gregor parecia igualmente confuso, mas não sabíamos se com a pergunta de Reyes ou nossa apresentação, quando iria voltar a responder eis que vejo Gallagan dar um passo a nossa frente e falar:

"-Eu sou o líder!"

Gregor e Reyes olharam um para a cara do outro e caíram na gargalhada, Gallagan de repente parecia constrangido e eu mais confuso ainda do que antes. Após alguns minutos de risos Reyes nos fala ainda entre as risadas:

"-Nosso grupo não tem líder, somos todos companheiros. Todas as decisões são tomadas em conjunto, mas novos companheiros são sempre bem vindos ainda mais por que acabamos de perder dois companheiros."

Eu ainda meio confuso agradeci por ter sido bem recebido enquanto Reyes pedia licença, pois precisava ir falar com seu líder espiritual (Jasão). Fiquei conversando com Gregor, ele é um elfo da lua como eu e é alguém agradável de conversar apesar de parecer alguém que nasceu mesmo para viver na floresta caçando com o arco que descansava em suas costas. Ao questionar se Gallagan dava muitas gafes (Primeiro a barraca depois a afirmação de que é líder sem ser), Gregor nos falou sobre uma luta que teve com um anão, isso rapidamente chamou a atenção de Philadox que sempre se interessa sobre o que acontece com outros anões.

Ele nos contou que este anão era alguém muito forte e foi um oponente formidável, após um combate em que ele quase matou um dos companheiros de Gregor com apenas um golpe, o anão desistiu da luta e neste momento Gallagan começou a falar que deveriam matar o anão. O que Leon (outro companheiro deles que ainda não tive o prazer de conhecer) prontamente fez, quando ouviu isso Philadox já estava com sua arma em punhos prestes a atacar e começo a gritar com Gallagan:

      
 

"-Por que você mandou matar o anão? Ele já havia se rendido!"

      
 

Gallagan virou para ele e falou como se fosse a coisa mais comum do mundo:

      
 

"-Ahh... Eu estava dominado pelo mal!"

      
 

Gallagan mandou matá-lo não por medo, mas sim por acreditar que era seu dever dar um descanso a alma daquele anão que estava sendo usado pelas forças do mal. Philadox deu um passo à frente com seu enorme malho levantado acima da cabeça...

      
 

"-COMO UM PALADINO PODE SER DOMINADO PELO MAL?!"

      
 

Então ele hesitou por um segundo pensando no que iria fazer... Guardou sua arma e deu as costas para o paladino sussurrando apenas:

      
 

"-Não vale a pena..."

      
 

Neste momento todo respeito que Philadox e eu tínhamos por Gallagan já havia sido transformado em migalhas e finamente entendemos o porquê das risadas de Reyes e Gregor...

      
 

Ouvimos então a voz de Reyes que se aproximava de nós:

      
 

"-Jasão nos confiou uma nova missão, vamos caçar aquela bruxa que matou seu irmão Gregor!"

Os olhos de Gregor flamejaram como se algo tivesse se ascendido, era como se fosse um caçador pensando em como iria atrás de sua presa mais desejada. Reyes continuou falando:

"-Infelizmente Raizen esta andando por um caminho perigoso, parece que ele mudou de lado e agora está andando com um Diabo muito antigo! E Leon não está em melhores situações, ele esta seguindo para a região próxima do templo de Bane."

Ao ouvi isto sentir meu sangue gelar, até mesmo os mais leigos sobre religião sabem que andar próximo ao templo de Bane não é uma boa idéia, ele é um deus maligno que é temido e conhecido por todos. Reyes nos falou que iríamos partir no outro dia pela manha atrás da tal bruxa, então deveríamos todos descansar.

No outro dia pela manha nos preparamos para viajar para a Terra dos Vales, minha terra natal, mas não iríamos para minha cidade. Iríamos para o Vale da Sombra, quando eu e Philadox já estávamos preparados para a caminhada que seria longa, Reyes nos chamou para junto dele, Gallagan e Gregor. Confusos nos aproximamos... Reyes começou a entoar preces ao seu deus e então comecei a sentir meu corpo mais leve, era como se eu pudesse caminhar no ar. Eu vi Reyes e os outros subindo aos céus e finalmente entendi... Reyes havia nos dado a habilidade de voar, percebi que nossa viagem não seria tão longa nem tão dura quanto imaginávamos... Pensei:

"Realmente eles são poderosos, acredito que um dia conseguirei compor minha música....."

E parti atrás deles "caminhando" pelos céus rumo à primeira de muitas aventuras que espero testemunhar com eles....

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

1 - Inicio da Jornada

Caros Leitores e curiosos, sejam bem vindos à este humilde manuscrito onde estarei relatando as aventuras partilhadas com meus companheiros de estrada. Realmente um grupo valoroso que ainda não tive o prazer de conhecer a todos os integrantes e mal posso esperar para conhecer a história de cada um deles.

    
 

Porem antes de relatar qualquer outra história devo lhes falar sobre este humilde servo que apenas deseja contar e cantar histórias de verdadeiros heróis...

Sou um Elfo da Lua nascido na Terra dos Vales, vivi durante meus primeiros 110 anos entre humanos e elfos. Como todo garoto esperto vivia aprontando, vivia pegando pequenos objetos "emprestado" para nunca mais devolver. Quando meus parentes decidiram ir para o Encontro Eterno eu decidi que ainda não está na hora de eu ir com eles. Sempre quis conhecer o mundo e aproveitei para fazer isto.

Andei algum tempo por ai e acabei indo parar em Cormyr, lá conheci meu primeiro grande amor. Uma cantora e dançarina que fazia com que eu também quisesse dançar e cantar com ela, a suavidade de seus movimentos Fascinava até mesmo aos monges mais centrados... O tom leve e doce de sua voz poderia até mesmo acalmar a besta mais feroz. Seu nome era Cassandra! Outros elfos poderiam até mesmo dizer:

"- Mas ela é apenas uma humana, a beleza dela não irá durar nem mesmo por meros 30 anos!"

Mas isto não importava, meu maior desejo era tela em meus braços. Pensando nisso comecei a me dedicar ao canto e também a harpa, tudo isso no intuito de chamar a atenção dela e fazer-lá reparar em mim. Mas infelizmente ela só tinha olhos para um paladino líder de um pequeno exercito, ao qual ela fazia parte... Felizmente (ou infelizmente) esqueci-me do nome deste ser vil que roubou de mim a minha primeira paixão...

Na mesma época um grupo de aventureiros mercenários passou por Comyr, entre eles existia um bardo, seu nome era Batz Laenf, O Bardo Da Voz De Mel (como ele mesmo se intitulava). Batz ao ouvir-me cantando sobre minha solidão sentiu que eu tinha talento para a profissão e me convidou para viajar com ele pois já estava velho e desejava passar seus conhecimentos adiante. De começo recusei-me a me distanciar de Cormyr e de minha amada Cassandra, por mais que eu soubesse que não tinha chances com aquele paladino eu não queria desistir... Batz apenas conseguiu me convencer quando me falou que poderia me mostrar como cantar igual ou melhor que Cassandra e até mesmo superar a presença de espírito do líder do grupo de Cassandra, ao ouvir esta afirmação a história toda mudou...

A partir daquele momento eu tinha uma chance com Cassandra e decidi seguir com Batz e seus companheiros, Batz me ensinou a cantar de modo a dominar a atenção do publico, até mesmo as vezes induzir eles a fazerem coisas por mim. Minhas antigas "brincadeiras" de pegar coisas emprestadas para não devolver também me valeram em certos momentos de dificuldades e até mesmo melhoraram. Aprendi o uso de armas, me adaptei muito ao Sabre, arma leve e que se usadas no ponto certo dos Humanóides e dos monstros podem causar estragos gigantescos. Pouco tempo após me juntar ao grupo também se juntou Philadox Hammerfall. Um anão que não é muito bom com as palavras mas que é excepcional com seu Malho. Aquilo parece mais uma marreta gigante e ele segura com apenas uma mão, não sei como consegue. Eu mal conseguiria empunha-la com as duas mãos em batalha, deve ter uns 20 quilos, mas este anão se tornou um grande amigo... Viajamos com estes aventureiros mercenários durante cerca de 5 anos, as aventuras que tive e o aprendizado que consegui nestes anos contarei em outra ocasião.

Após 5 anos o grupo se desmanchou pois os chegados antes de mim e Philadox já estavam na estrada a alguns anos, então eu e Philadox decidimos seguir viagem somente nós dois a procura de um grupo em que eu pudesse encontrar Heróis valorosos para criar músicas únicas e Philadox a procura de glórias para seu clã. Durante nossas viagens ouvi rumores de um grupo que enfrentou um exercito de demónios que não se podia ver o fim, lutadores que em menos de 6 segundos matam 10 ou mais demónios, lobos do tamanho de casas, pequeninos que não podem ser ouvidos, arqueiros que nunca erram seus alvos por mais longe que este possa estar, clérigos que são agraciados com a visão em vida de seu glorioso deus e como líder um paladino tão imponente que simplesmente a presença dele traz coragem aos corações mais fracos.

Quando ouvimos estes rumores eu e Philadox decidimos que seriam estes os companheiros que procurávamos, afinal guerreiros com tamanha glória seriam a inspiração perfeita para compor e também para levar a glória ao clã de Philadox. Começamos nossa busca por Cormyr, pois eu tinha a esperança de encontrar Cassandra novamente, infelizmente meus desejos não foram atendidos. Mas conseguimos obter informações sobre este valoroso grupo, que eles poderiam estar em uma cidade construída no deserto próximo a Evereska. Fomos até esta cidade onde poderíamos encontrar o que procurávamos....

Encontramos apenas uma cidade destruída, o cheiro do mal em cada esquina da cidade e também o vazio pois já não havia viva alma em seus muros já destroçados, decidimos seguir para Presmea em busca de informações, após alguma horas de caminhada vimos a visão do inferno a distancia, milhares de demónios andavam por Presmea... Até agora está visão me dá calafrios, não vou negar caros leitores, mas eu senti medo do que poderia acontecer se aquele mal se espalha-se pelo resto do mundo. Não sei se por reflexo dos demónios que habitam Presmea agora, mas apesar de o Sol estar no seu ponto mais alto neste momento, em Presmea parecia que era noite.... Uma noite tão densa quanto a escuridão mágica que os malditos Drows (Elfos Negros) podem criar e tanto gostam, Philadox e eu fomos embora o mais rápido que podíamos. Apesar do cansaço da viagem não queríamos ficar ali nem mais um momento, voltamos para os destroços da cidade do deserto e de lá rumamos na direção de evereska, eu sabia que meu companheiro não iria poder entrar na cidade. Mas ele poderia ficar na pequena vila élfica que fica na base da montanha entre as florestas....

Para nosso espanto, encontramos algo que nunca imaginaríamos. Diversos humanos vivendo como que acampando nos pés da montanha na vila élfica e após pouco tempo de conversa descobrimos que ali estava um dos membros heróicos que procurávamos. Ninguém mais ninguém menos que aquele que acreditávamos ser o Líder. O Paladino Gallagan, aquele que monta um Leão Atroz...